Palestras em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente tiveram como tema a catástrofe climática vivenciada no RS
Há cerca de 35 dias, o Rio Grande do Sul começava a enfrentar a força da água que afetaria mais de 95% dos municípios, destruindo lares e impactando milhões de pessoas. O desastre ambiental sem precedentes para os gaúchos foi tema do evento Pré-Summit Ambiental, promovido pelo Hospital Moinhos de Vento em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho.
De acordo com o CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, não se pode mais falar em obras de prevenção. “É preciso pensar em projetos de contenção. Nesse momento, o meio ambiente está reagindo e ocupando um espaço que era dele. Precisamos nos unir e fazer as contenções necessárias para um rio que está querendo sair”, destacou.
A necessidade de planos de ações para evitar novas catástrofes foi abordada pelo técnico de laboratório do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH-UFRGS), Louidi Lauer. “O planejamento hídrico precisa andar junto com o planejamento urbano. Nos próximos anos, haverá um aumento expressivo das chuvas na região Sul do Brasil, com maior incidência de eventos extremos”, explicou.
Diante dessas previsões, o técnico elenca algumas ações a serem consideradas na reconstrução das cidades para prepará-las para esse novo cenário climático, como avaliação dos custos e benefícios dos sistemas de proteção contra as cheias; coleta constante de dados com modelos de previsão e sistemas de alertas; mapeamento das zonas de riscos; e planejamento urbano e reordenamento territorial.
“Precisamos adotar uma mentalidade de soluções voltadas para a natureza, como cidades esponjas, aumento das áreas verdes, recuperação e preservação da mata ciliar e criação de novos ecossistemas”, descreveu Lauer.
Assistência à saúde e ações sociais
Superintendente Administrativo do Hospital Moinhos de Vento, Evandro Moraes detalhou os desafios da instituição durante as enchentes: manter-se funcionando e atendendo os pacientes, acolher os colaboradores que foram atingidos e garantir assistência em saúde a quem precisava.
“Nos primeiros dias, montamos um QG para atendimento aos que estavam sendo resgatados na Orla do Gasômetro, disponibilizamos nosso heliponto para outras instituições de saúde e abrigamos cerca de 100 pessoas no Hospital, entre colaboradores e seus familiares”, ressaltou.
Desde o início das enchentes, o Instituto Moinhos Social (IMS), pilar social do Hospital Moinhos de Vento, tem atuado para auxiliar a comunidade e as instituições de saúde atingidas pelas chuvas. Até o momento, foram entregues cerca de 150 toneladas de doações, realizados mais de mil atendimentos nos abrigos e em torno de 1000 via telemedicina, impactando quase 25 mil pessoas.
“O Instituto Moinhos Social foi criado há dois anos para acolher quem mais precisa, algo que vai ao encontro do nosso propósito de cuidar das pessoas. Esse é o resultado do apoio da sociedade civil e dos nossos colaboradores. Temos mais de 400 profissionais atuando na linha de frente”, relatou o CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini.
Atuação do Instituto Moinhos Social em números
- Abrigos atendidos: 64
- Pessoas impactadas: 25.407
- Roupas doadas: 20.770
- Litros de água doados: 33.223
- Itens de higiene: 51.132
- Bens hospitalares emprestados: 37
- Voluntários em ação: 440
- Atendimento em saúde: 1263
- Alimentos doados: 8.162
4º Summit Ambiental
Nos dias 5, 6 e 7 de novembro será realizado o 4º Summit Ambiental do Hospital Moinhos de Vento. O evento, que ocorre tradicionalmente em junho, como celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, foi remarcado em decorrência da situação enfrentada pelo Estado.
Fonte: Hospital Moinhos de Vento