Profissionais devem dominar as características dos cateteres e medicamentos e sempre considerar o que diz o paciente durante o procedimento
A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) realizou mais uma edição de seu tradicional Café da Manhã na última quinta-feira (25), com o tema “Eventos adversos associados à fixação e estabilização de cateteres – o que recomendam as boas práticas”.
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Realizado em parceria com a Viveo, empresa parceira da Associação, o evento contou com a palestra da especialista Claudia Candido da Luz, enfermeira membro da Infusion Nurses Society – INS – e da Association for Vascular Access – AVA -, e integrante do Wocova Global Committee – World Congress Vascular Access.
A especialista explicou como a escolha e fixação de cateteres é um procedimento mais complexo e relevante do que normalmente é percebido, e que é necessário buscar qualidade e eficiência nessa prática para oferecer mais segurança e conforto ao paciente. “A meta é um cateter, um paciente, um tratamento. É ousada, mas é o que temos que perseguir”, afirmou. “As veias estão preparadas para rodar sangue e não receber cateteres. Nossa função é fazer com que o paciente saia com as veias nas mesmas condições que entrou.”
Segundo Luz, normalmente é o médico quem escolhe o tipo de cateter que será utilizado, mas o enfermeiro pode e deve participar mais desse processo. “Temos conhecimento, experiência e passamos mais tempo ao lado do paciente para compreender a melhor opção”, destacou. Para ser ativo nesse sentido, no entanto, o profissional tem que aprender. “Tem que estudar sobre o assunto, dominar as características dos cateteres e dos medicamentos. Cateter, por exemplo, tem nome e sobrenome. Enfim, temos que desenvolver o raciocínio clínico para podermos nos empoderar”, orientou.
Outra questão importante, que, na visão da especialista, acaba sendo pouco considerada, é a econômica. “A gente nunca ficou pensando em custos, mas hoje isso é fundamental para o planejamento e a execução do trabalho”, lembrou. E acrescentou que, atualmente, existe uma variedade enorme de recursos para determinar uma abordagem mais eficiente e resolutiva, porque, segundo ela, o maior gerador de gastos é o retrabalho.
Nesse sentido, Luz destacou que existem muitos estudos demonstrando as melhores práticas, e até aplicativos gratuitos com algoritmos que estimam as áreas mais indicadas para o puncionamento em cada caso. “É fundamental que tudo seja feito com base em evidências”, disse. Inclusive a proporcionalidade entre enfermeiros e pacientes, porque sobrecarga de trabalho muitas vezes é incompatível com qualidade, na visão da especialista.
Por fim, a enfermeira alertou para a necessidade de nunca esquecer de coisas básicas, como “a higiene das mãos, a desinfecção do material e o flushing”. E, principalmente, “ouvir mais o paciente”, que sabe o que está incomodando e percebe se não está dando certo. “Leve em consideração quando ele diz que sabe que determinado procedimento não funciona porque já passou por isso”, finalizou.
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