O debate organizado pela BD (empresa de tecnologia médica), na sede da Associação, abordou as questões estruturais que impactam o setor

A Anahp recebeu hoje, 22 de agosto, em seu auditório em São Paulo, um evento promovido pela BD – empresa parceira da Associação – para discutir os desafios da saúde suplementar e como garantir a sustentabilidade entre hospitais e operadoras. Na abertura do encontro, a diretora de Relações Públicas da BD, Alessandra Calabro, enfatizou que o tema está diretamente ligado aos propósitos da empresa.
“Pensar na sustentabilidade é uma responsabilidade de todos os atores da cadeia. Passamos por uma das maiores crises sanitárias da história durante a pandemia, aprendemos muito com isso e agora é o momento de fazermos uma reflexão sobre como cada ator pode contribuir para ter uma saúde baseada em valor, com foco no paciente, visando reduzir desperdício e melhorar gestão de medicamentos, por exemplo. Nossas tecnologias permeiam todas essas etapas, desde a pesquisa, a descoberta e a prevenção, então é nossa missão contribuir com esse debate”, disse a executiva.
Representando a Anahp no evento, estavam presentes o presidente do Conselho de Administração Eduardo Amaro, e o diretor-executivo Antônio Britto, que afirmou durante o debate que o momento é extremamente difícil para o sistema de saúde suplementar. “Há um conjunto de fatores que são estruturais, como o envelhecimento da população, o encarecimento dos serviços de saúde e a maior conscientização dos pacientes com a saúde, e que contestam o modelo atual do sistema.”
Segundo Britto, o que a Associação tem feito para superar os desafios e buscar soluções é manter o diálogo com as indústrias farmacêutica e de equipamentos, com as operadoras de planos de saúde e com os próprios hospitais. “Diante de uma crise estrutural, se engana quem acha que vai sair sozinho da confusão”.
Neste sentido, o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, afirmou que é preciso levantar informações para compreender melhor novos comportamentos do setor, como o aumento da sinistralidade que vem sendo observado nos últimos meses. E disse que “somente por meio do diálogo e do debate é que iremos encontrar a solução”. E afirmou: “Não acredito no fim do sistema, mas que temos condições e capacidade de fazer mudanças e promover, cada vez mais, o acesso oportuno e a sustentabilidade do setor”, reforçou.
O diretor da DIPRO – Diretoria de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Alexandre Fioranelli, defendeu que não adianta vir uma verticalização de condutas. “O que estamos debatendo aqui é de que maneira cada agente, com interesses diferentes, vai conseguir discutir pagamentos, tendo como objetivo final a satisfação do beneficiário. Do ponto de vista da gestão fica claro que todos querem avaliar o impacto, o custo-benefício, o desfecho clínico.”
Britto comentou que a Anahp já vem trabalhando com medição de desfechos e indicadores hospitalares há 17 anos, o que permite o acompanhamento de mais de 250 diferentes variáveis dentro do hospital. “A gente sonha que isso possa ser uma realidade para o sistema como um todo, mas exige uma mudança muito grande, dos médicos estarem engajados e das operadoras se preparem, por exemplo. O que esperamos da ANS é o máximo de indução e estímulo nesse caminho. Precisamos fazer um esforço conjunto, porque essa questão do desfecho é inevitável e é a única forma de beneficiar os pacientes”, concluiu.
Além dos palestrantes, também participou do evento, moderando a conversa, o presidente do COREN-SP James Francisco Pedro dos Santos.