Café da Manhã: Protocolos devem orientar a escolha do acesso venoso na Oncologia

Procedimento deve ser planejado de acordo com indicadores de qualidade e os profissionais bem treinados

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) realizou mais um tradicional Café da Manhã na última quinta-feira (8), desta vez em parceria com a BD, e discutiu “A escolha do acesso venoso para o paciente oncológico”. Os especialistas destacaram a importância de existir um protocolo institucional para a prática, sobretudo para quando acontece algum tipo de complicação, e do treinamento adequado e permanente dos profissionais. “A receita é a integração entre instituição, protocolo e equipe especializada”, resumiu Ana Claudia Oliveira, coordenadora de Enfermagem do Centro Oncológico do Hospital BP Mirante, em São Paulo.

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James dos Santos, presidente do Coren-SP e especialista em Enfermagem em Urgência e Emergência, ressaltou que é fundamental o paciente com câncer ter confiança na assistência, pois “interferências psicológicas podem afetar o desfecho clínico”, e que essa condição começa a ser criada na punção. Acrescentou, ainda, que o protocolo tem que estar alinhado com a estratégia da instituição, o que hoje significa considerar as implicações financeiras do procedimento. “Tem que colocar a prática profissional dentro do negócio. É necessário ser sustentável”, destacou.

Marcos Guaraldo, médico assistente do serviço de Cirurgia Oncológica e Uro-Oncologia do Hospital BP e BP Mirante, reforçou que “o paciente tem que estar confortável” e chamou a atenção para as eventuais intercorrências. “A simples presença de um cateter é uma complicação em potencial e muitas vezes o plano A tem que ser mudado”, explicou.

O médico destacou que esses problemas podem não ser percebidos de imediato e a equipe de enfermagem ter que lidar posteriormente com reflexos da cirurgia sem a presença imediata de um médico. “Precisa ter protocolo para isso”, defendeu. Porém, protocolos sem treinamento são apenas folhas de papel, alertou Santos. “É preciso educação continuada diária, com teoria complementada pela prática na beira do leito”, afirmou o presidente do Coren-SP. E uma regulamentação que ofereça respaldo para, na prática, o enfermeiro assumir determinadas responsabilidades.

Oliveira chamou a atenção para os indicadores de qualidade, fundamentais para o planejamento e a melhoria contínua do procedimento, mas alertou para a falta de engajamento do profissional na produção das informações. “A equipe entende que indicador é responsabilidade exclusiva do gestor. Precisamos demonstrar a utilidade no dia a dia e engajar”, recomendou.

Todos esses cuidados devem resultar na indicação de acesso certa para o paciente certo, concordaram os especialistas, com a mitigação de riscos, aprimoramento da experiência e alinhamento com o equilíbrio financeiro. “Um time bem treinado de acesso venoso não é gasto, é investimento”, finalizou Santos.

> Assista ao Café da Manhã na íntegra:

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