Café da Manhã da 3M debate ‘indicadores associados a cateteres intravasculares periféricos’

“Por que devemos nos preocupar com indicadores associados a cateteres intravasculares periféricos?”, foi o tema do último Café da Manhã Anahp, realizado na sede da Associação nesta terça-feira (21) com apoio da 3M – e também a pergunta que tentou responder Daniane Cais, Coordenadora de Enfermagem do Serviço de Controle de Infecções Hospitalares do Hospital Samaritano de São Paulo. A resposta é longa, mas pode ser resumida em: porque o cuidado com a introdução e manutenção destes dispositivos reduz riscos, melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Segundo Daiane, o Samaritano compila dados sobre infecções em veias causadas pelos cateteres venosos periféricos (ou CVPs) desde 2013, e as flebites – inflamações nas paredes dos vasos sanguíneos – pelo menos desde 2008. Estes indicadores têm permitido ao hospital reduzir a incidência do problema ao estabelecer metas de redução e do trabalho educacionais com a equipe de enfermagem. O objetivo para 2017 é reduzir em 25% o índice registrado em 2016, que gira em torno de 13 eventos por 1000 CVP.

São 5 mil acessos intravenosos por dia no hospital (que tem em torno de 300 leitos). Não há estatísticas sobre uso no Brasil, mas nos EUA são cerca de 150 milhões de cateteres por ano, e metade dos pacientes institucionalizados por ano vão receber um destes dispositivos – na Europa são 63% – para a administração de fluidos, medicações e hemoderivados. Complicações no uso geram tempos extras de internação de 13 a 48,3 dias, aponta a literatura médica disponível.

As flebites causadas pelos CVPs podem ser químicas, mecânicas ou infecciosas. “Acredita-se que o principal mecanismo de infecção seja a colonização do dispositivo seguida da formação de biofilme”, explica Daiane. “Apesar de considerado baixo [entre 0,06 e 0,7 infecções por 1000 CVP/dia, dependendo do estudo], o número real dessas infecções pode ser alto devido à curta permanência do dispositivo e a alta precoce dos pacientes.”

Para a coordenadora, é importante investigar cada flebite e mudar a cultura em torno dos CVPs dentro dos hospitais. “A flebite dói, é penosa para o paciente. Um evento adverso desse tipo pode fazer o paciente não voltar mais para a instituição. A mensagem é: vamos começar a olhar”, diz.

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