Projeto visa digitalização de informações e incorporação de inteligência artificial no stewardshipe
A Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) realizou mais um tradicional Café da Manhã na última terça-feira (26), desta vez com o tema Tecnologia e Inteligência Artificial para auxiliar no gerenciamento de antimicrobianos. Realizado em parceria com a MSD, o evento teve a participação de Thales Polís, gerente médico da MSD, João Paulo Telles, médico infectologista do A.C.Camargo Cancer Center, Cristian Rocha, CEO & Co-founder da Laura, e Hugo Manuel Paz Morales, médico infectologista da Unidade de Transplante de Medula Óssea e do CHC/UFPR e diretor médico da Laura.
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Polís abriu a discussão anunciando os esforços da MSD junto com a Laura para incorporar inteligência artificial nos programas de gerenciamento de antimicrobianos. “Essa tecnologia vai permitir decisões mais qualificadas e impactar positivamente no desfecho clínico”, destacou. Telles acrescentou que o ganho de eficiência na área pode levar a economias de até 1 milhão de dólares ao ano em hospitais de maior porte.
O infectologista do A.C.Camargo detalhou como o controle de antimicrobiano – ou stewardship – pode oferecer ganhos à assistência em queda de mortalidade, redução em tempo de internação, prescrições mais adequadas e mais adesão aos protocolos, além de gestão das taxas de resistência ambiental e clínica.
Morales, diretor médico da Laura, pontuou que, hoje, 50% das indicações empíricas iniciais mostram-se incorretas e que, se nada for feito, em 2050 o uso inadequado de antimicrobiano vai matar mais do que o câncer. O stewardship, disse, tem a função de “levar informação correta e no tempo adequado para a beira do leito e dar mais suporte às decisões clínicas”.
No entanto, explicou Telles, do A.C.Camargo, o programa de controle de antimicrobianos é um procedimento complexo e feito praticamente “à mão” na maioria dos serviços de saúde, quando é feito. Cristian Rocha, CEO & Co-founder da Laura, destacou que o stewardship sofre com a baixa digitalização das informações, assim como a maioria das etapas das operações em saúde. “O sistema, em geral, é formado por uma montanha de dados isolados, grande parte ainda está no papel e totalmente desconectada”.
O projeto da MSD com a Laura considera desde a digitalização dos dados até a incorporação de inteligência artificial, com machine learning em uma base de 4 milhões de pacientes, em interfaces adequadas para cada público. Morales ressaltou que o objetivo é principalmente “transformar o conceito da tecnologia em prática” e construir uma jornada funcional que, de fato, seja aplicável em organizações de todos os portes. E Rocha finalizou destacando a busca por uma visão 360 do paciente, já que “informações desconectadas não geram inteligência”.
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