A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) promoveu hoje (24/09) o primeiro encontro do Grupo de Trabalho (GT) de Telemedicina. O tema, que ganhou ainda mais destaque no país por ser uma ferramenta essencial para o cuidado da saúde durante a pandemia, passa a ser o foco de reuniões periódicas entre associados para troca de experiências e melhores práticas.
Eduardo Cordioli, gerente médico e de Operações – Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), assume a coordenadoria do grupo. Segundo ele, a falta de regulamentação do tema trouxe consequências negativas para o desenvolvimento da prática no Brasil, o que impacta diretamente na população, que deixa de contar com uma nova possiblidade de acesso à saúde. “A pandemia fez com que as pessoas deixassem de procurar ajuda médica. Dados do HIAE mostram que a frequência de atendimento no pronto-socorro era de 1.000 atendimentos por dia, com chegada da covid-19 esse número caiu para 188.”
Ainda de acordo com o coordenador do GT, outro dado alarmante foi em relação ao aumento de mortes causadas por doenças cardiovasculares, que chegou a 31%. “A telemedicina nos permite iniciar o atendimento, entender qual é a gravidade da doença e orientar, quando necessário, que a pessoa procure o hospital. A pandemia reforçou a necessidade dessa ferramenta”, disse Cordioli.
Para dar um panorama mundial sobre como a telemedicina vem sendo trabalhada, Sara Cepillo Vasconcelos, do escritório PG Advogados, apresentou alguns exemplos de legislação aplicada em países como Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Angola, algumas nações que estão à frente do Brasil em relação ao tema. “Nos Estados Unidos é interessante analisar que houve uma organização e diálogo entre as agências envolvidas, como FDA, FCC, ONC para terem consenso e diretrizes para essa utilização. Posicionamentos convergentes em benefício da população”. Já Renata Rothbarth, do escritório Mattos Filho, trouxe o histórico de como a telemedicina foi trabalhada no Brasil, bem como atuais regras e perspectivas.
O encontro também contou com a presença da diretora Jurídica e de Compliance da Anahp, Kamila Fogolin, que compartilhou com o público a importância do tema para a associação e a forma como a entidade vem atuando para fomentar o assunto, além de acompanhar as necessidades de adequação em virtude do cenário em que vivemos, com a entrada em vigor da LGPD.
A participação nos Grupos de Trabalho Anahp é exclusividade para profissionais de hospitais associados.