Em menos de um mês, o novo coronavírus avançou da China para o mundo provocando uma pandemia, colapsando sistemas de saúde e desafiando gestores com sua rapidez e alto nível de contágio
Em 26 de fevereiro de 2020, um dia depois do carnaval, o primeiro caso de Covid-19 foi confirmado no Brasil. O paciente, que procurou pelos serviços do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), em São Paulo, acabava de voltar de uma viagem à Itália, onde contraiu o vírus. A partir dali, tudo passou a acontecer de maneira frenética, começando pelas instituições hospitalares, que precisaram se adaptar à uma nova realidade de uma pandemia com potencial catastrófico para o sistema de saúde, como já se via acontecer em outros países.
O novo coronavírus (Sars-Cov-2) foi descoberto na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019, quando o número de pessoas com doença pulmonar grave começou a crescer exponencialmente. Logo ficou claro o potencial de disseminação do vírus. Até abril de 2020 mais de 2,5 milhões de pessoas ao redor do mundo haviam sido infectadas e quase 200 mil morrido por causa da doença. Para tentar conter esses números, medidas de caráter social foram tomadas em todo o mundo. Fechamento de fronteiras, cancelamento de grandes eventos e o incentivo ao isolamento da população foram algumas delas. Nesse contexto, os hospitais, protagonistas desse cenário, tiveram que agir rapidamente para se reestruturar e conseguir dar vazão à grande demanda por atendimento e leitos de internação, principalmente em unidades de terapia intensiva (UTI).
No Brasil não foi diferente. Desde o início de janeiro de 2020 já era possível acompanhar a evolução dos casos no mundo, o que, para a infectologista e consultora da Anahp, Camila Almeida, contribuiu para que as instituições brasileiras pudessem se preparar para o que estava por vir. “Desde que as primeiras notícias começaram a circular, as equipes passaram a esboçar, timidamente, protocolos focados no atendimento de pacientes infectados vindo de outros lugares”, conta a especialista. “Mas, até aquele momento, não sabíamos o que realmente enfrentaríamos. A dificuldade era se estruturar para uma doença nova, cujo comportamento ainda não conhecíamos muito bem.” (…)
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