Sálua Calil – Ginecologia oncológica da Rede Mater Dei de Saúde
O câncer de ovário é a maior causa de morte por câncer ginecológico nos países desenvolvidos. Segundo dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, foram estimados 238.719 casos, com 151.905 mortes por câncer de ovário no mundo em 2012. A incidência no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer, é de 5.680 novos casos em 2014, correspondendo a 2,1% de todos os cânceres em mulheres no país.
A maioria dos tumores malignos de ovário é diagnosticada em fase avançada devido à falta de sintomas específicos nos estádios iniciais. Além disso, não há método propedêutico efetivo para rastreamento. Vários exames como os marcadores tumorais e os exames imaginológicos (ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética) não são capazes de auxiliar no diagnóstico precoce para redução da mortalidade por esse câncer. Desse modo, a sobrevida em cinco anos é de, aproximadamente, 45%. No entanto, a sobrevida varia com a idade ao diagnóstico e com a presença de doença disseminada. A maioria dos casos é diagnosticada em estádios mais avançados, sendo a sobrevida, em geral, de 27%.
Atualmente, o câncer de ovário é considerado um grupo de patologias com diferenças clínicopatológicas significativas devido à grande heterogeneidade molecular e comportamento biológico distintos. O principal fator de risco da doença é o histórico familiar positivo para câncer de mama e/ou ovário, sendo o fator hereditário responsável por 10% dos casos. Mulheres que tiveram câncer de mama, especialmente às que apresentam mutação genética para BRCA1 e BRCA2 (genes que quando estão em mutação predispõem uma patologia) possuem risco elevado para o câncer de ovário. Outros fatores de risco incluem o tabagismo e o sobrepeso. Gravidez, uso prolongado de contraceptivos hormonais orais, ligadura das tubas uterinas e a histerectomia (retirada do útero) estão associados à redução do risco para esse tumor.
O tratamento do câncer de ovário baseia-se na cirurgia associada à quimioterapia nos casos indicados. Apesar da maioria das mulheres com doença avançada apresentar remissão após tratamento adequado com cirurgia e quimioterapia, em geral, 70% aproximadamente, irão recorrer em dois anos.
O acompanhamento médico é fundamental para prevenção e detecção precoce do câncer de ovário e para definir o tratamento. A Rede Mater Dei de Saúde dispõe de uma infraestrutura completa e necessária para realização do diagnóstico e tratamento avançados para o câncer de ovário. O Hospital conta com profissionais especializados no aconselhamento genético, além de equipe capacitada para acompanhar distintamente cada caso com apoio aos familiares.
Fonte: Rede Mater Dei de Saúde – 08.05.2015